Artistas em residência
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Anafaia Supico
1986, Paris, França. Detentora de um Mestrado em Artes Plásticas na ENSBA (Escola Nacional Superior de Belas Artes, Paris, FR, em 2011), tendo sido aprovada com menção especial (Félicitations). Entre 2014 e 2019, fez formação na área da tinturaria natural sob orientação de Sandrine Rozier e Michel Garcia, tendo nesse período frequentado e concluído um curso profissional no GRETA (Instituto de formações profissionais para adultos da Educação Nacional, Paris, FR). Como técnica têxtil, tem trabalhado na área da moda (Françoise de Vanssay, Maison Martin Margiela), no meio artístico (Joana Vasconcelos, Ulla von Brandenburg, Mélanie Matranga) e, mais recentemente, na arquitetura (Estúdio XXXI). Como artista, tem participado em exposições em França e Portugal (Standard Expositions – Brest, Fr; Ampersand – Lisboa, Pt).
Em 2018, cofundou o Coletivo Siroco que atua na área da arte têxtil tendo participando em várias exposições em Portugal (Galeria do Sol – Porto; Pavilhão Branco – Lisboa; Museu de Lanifícios – Covilhã), e com o qual desenvolveu Malva, um projeto de investigação artística em tinturaria natural (2022/23). Em 2020, integrou a Companhia de teatro a Truta no Buraco como membro da equipa criativa e responsável pelos figurinos.
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Bruno Humberto
Estudou e lecionou no mestrado de Performance Making, na Goldsmiths College, em Londres. Autor e encenador de The Camus Incident (performance site-specific finalista do Oxford Samuel Beckett Theatre Trust Award), o solo Holding Nothing, a peça no tecido urbano Land, A Morte da Audiência, Carbo, Peças, A mão humana (história da criação e da violência) entre outras. Colaborou com os artistas Graeme Miller, Gustavo Ciríaco, Allard van Hoorn, entre outros. Fez várias peças em colaboração com o escritor e dramaturgo Rui de Almeida Paiva, das quais destacam-se a peça de teatro imersivo O Sequestro (2018), A Vila (2019) e Peça para Intervalos (2021). Programa no Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva. É co-editor da revista de arte contemporânea Wrong Wrong.net e faz curadoria de performance, fotografia e instalação. A exposição Acts of Disappearance, premiada pelo Parallel award foi apresentada, entre outros, na edição 2019 do Photo London. Humberto tem ainda um projeto de música experimental a solo e faz parte das bandas CATARATA e Orchestra Elastique.
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Candela Varas
Candela Varas, curadora das edições do Folio Mais 2024 e 2025, é programadora cultural em diferentes áreas. É diretora do Cineclube de Tavira, onde programa as sessões regulares e a Mostra de Cinema ao Ar Livre (25ª edição). Desde que surgiu o Teatro de Palha de Lavrar o Mar, tem sido a responsável pelo programa de cinema. Coordenou o projeto europeu de cinema para jovens, Rising Cinema e durante 3 edições, foi co-diretora e programadora do Festival Internacional de Cinema e Literatura do Algarve. Participou da elaboração do programa artístico para a candidatura de Faro à Capital da Cultura Europeia. Foi programadora e produtora do Atelier Re.Al de João Fiadeiro, do Bar Real e fundadora/presidente do Bar Irreal em Lisboa. Coautora e editora do livro/revista em Buala, “Este corpo que me ocupa” (Lisboa, 2014). Lecionou no IESIG, atual Universidade do Mindelo, Cabo Verde. Foi doutoranda e membro associada de investigação do Centro de Estudos Superiores da Universidade de Leipzig e pesquisadora na Unia Arte y Pensamiento de Andaluzia, coautora do livro "Sevilla Imaginada" (Sevilha, 2011). Durante 3 anos, foi coordenadora de projetos de Cooperação Internacional no Saara, Argélia.
Ao longo dos anos, tem apresentado diferentes peças de teatro, cinema expandido, performances e contos de sua autoria em cidades como San Sebastián, Coimbra, Leipzig, Mindelo, Lisboa, Olhão, Faro, Tavira e Xalapa.
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Fernando Mota
Fernando Mota, artista multifacetado, cria instrumentos musicais experimentais e objetos sonoros a partir de árvores, rochas, água e outros elementos naturais. Através da escuta, do silêncio e do sobressalto questiona o ritmo do quotidiano e as possibilidades expressivas e simbólicas da natureza. Compositor, artista sonoro e performer, combina música, teatro, artes visuais e poesia para criar espetáculos, instalações e outros objectos artísticos. O seu trabalho transcende fronteiras geográficas, culturais e linguísticas. Colabora com diretores e companhias de teatro, dança e cinema nacionais e internacionais e promove oficinas com diversos grupos e comunidades.
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Guarda Rios
Guarda Rios é um coletivo de investigação e criação artística que reúne artistas visuais, performers e investigadores de diferentes áreas de conhecimento como a arqueologia, história ou biologia. Desde 2019 que este coletivo tem mapeado questões relacionadas com a gestão da água ou o impacto humano sobre os ecossistemas fluviais, e partilhado em eventos, exposições e atividades com público, percorrendo geografias que vão do interior ao litoral, de norte a sul, dos meios rurais aos centros urbanos. Destacam-se os seguintes eventos e exposições: Observatório dos rios, Programa Atos / Odisseia Nacional, Teatro Nacional D. Maria II (2023); Ilustração à Vista – Desenhar um território, Ílhavo (2022); Fórum Antropoceno 2021 – Presidência Portuguesa da Comissão Europeia, Museu do Côa (2021); Não É Nada É Isto Tudo – Instituto, Porto e Appleton Box, Lisboa (2021); Sympósion, Tapada da Tojeira, Vila Velha de Ródão (2021); Anthropocene Campus Lisboa: Parallax, Culturgest Lisboa (2020); Chamar os pássaros, Lisboa Soa - Arte Sonora, Ecologia e Cultura Auditiva (2019)
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Landra
Landra é o nome que Sara Rodrigues e Rodrigo Camacho dão à terra onde vivem e é também como são conhecidos enquanto dupla artística. Através das landras (frutos dos carvalhos), o duo presta homenagem a uma cultura de autonomia, de soberania e de auto-suficiência que procuram recuperar. Para além de ser uma agrofloresta em desenvolvimento, a Landra é também um espaço para experimentação com métodos de produção alimentar agroecológica e formas de arte-vida.
Sara e Rodrigo começaram a trabalhar juntos desde 2015 a partir da Goldsmiths University, Londres. Os seus projetos desenvolvem-se por via do vídeo e da composição audiovisual, da performance, da instalação e da intervenção no espaço público. Para além da carreira artística, formaram-se em permacultura e microbiologia do solo, investigando e aplicando estes conhecimentos em projetos entre a arte e a ciência.
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Mariana Root
Mariana Root nasceu no norte de Portugal em 88, e cresceu entre tias, avó, mãe e irmãs, todas elas “cantadeiras” e de nome Rute, que deu origem ao nome artístico da cantora, Root (em inglês raiz).
São as suas raízes e a riqueza das tradições antiga que a inspiram, e é na co-criação com o presente, que encontra e explora a natureza do seu som. O seu grande instrumento e pesquisa é a voz, que explora desde pequena e que a levou a atuar em países da Europa e da América Latina.
Licenciada em Canto Jazz, foi mais tarde nas Américas que presenciou diferentes rituais, cerimónias e oferendas com indígenas naturais da Amazónia e da cordilheira andina, que transportam o seu próprio canto nativo e que transmitiram à cantora uma forma de canto ancestral de um estado humano integrado na natureza.
De regresso a Portugal, foi nas Beiras que começou a sua relação com a ancestralidade lusa, através das melodias das adufeiras de Monsanto e do Paúl com quem viveu e experienciou a arte do Adufe. É um instrumento desde ai tocado pela cantora, que faz a sua interpretação do tambor quadrado, dando-lhe ritmos e texturas inspiradas no estudo que fez do daf.
Com quatro albums originais, o último intitula-se de “Lusitana” com a participação especial das Adufeiras da Casa do Povo do Paúl, com percussões tradicionais tocadas pela própria cantautora e onde os trejeitos vocais notoriamente de cunho portugueses já se tornam inconfundíveis. Um disco que dentro da habitual organicidade do seu trabalho, abraça já uma certa modernidade sonora pela colaboração com o produtor Fred Ferreira.